A

 Aaaaaa

Perder

 Talvez eu perca o blog

descanso

 tela de descanso

eu tanto ouço e canso

do tempo de ontem

do tempo de nunca mais

tela cheia

barriga vazia

entranha em nó

esstranha estadia

tardia noite em tantas notas da voz

da garganta rouca sobram poucas

mas são sombras em poucos sóis

de deboche 

pensando por eles e quase nunca por nós

LEXIXIA

você é como um alarde solar no fim da tarde plenilunar
sem métrica, sem rodeio
um bonde alçando voo
uma alça, uma placenta querendo desabrochar

Um jardim lúdico de anseios herméticos
um caleidoscópio daltônico
que se perde ao entrar
que se acha ao explorar
que se esvai com o penar

Com o trejeito outrora não captado
vai se entender um acaso
se jogo, algo ou um dado
o universo se contrai no que foi capturado

Lexixia
neologismo do amor
personificação que me trouxe ardor
tão meiga e concreta
que seus olhos de tão fixos, me lança indiretas

Deixo à deriva
seus traços de diva
sua boca cativa
sua palavra ativa

LEXIXIA

Hoje acordei com a sensação do mundo ter sido concebido ao contrário
que as minhas idéias percorrem o mundo num fluxo revelado em negativo
tudo parece desconectado e desprovido de valor
se esvaindo como fumaça
fumaça que consome o pulmão da alma
impregnado de dejeto mundano, mesquinho, moribundo..

Não há colocações pra indiferença e o cinismo que às vezes toma conta de mim

.

Seus restos não me apetecem
seus gestos não lhe concede o direito de me deixar
sua vida não compete com a minha
sua ida não traça uma trajetória linear
sua volta me desconcerta
suas deixas me matam a cada dia
seus atos falhos ficam mais claros
e mesmo com tudo isso, só consigo te querer mais

E agora?

Pasto

sua chuva de desgosto
sua maçã do rosto
seu gosto

O passo
o aço que é teu coração

O fracasso
meu pasto

Fez do meu coração um deleite
um antepasto
curtido pra você deliciar-se
num capricho, num enfeite

O fracasso
meu traço

Traçando, tramando
entre nós a transa
do laço, despedaçado em mil pedaços